Com mais de 300 atividades realizadas de forma gratuita, a FIL foi visitada por moradores da cidade e de diversas regiões do País, bem como escritores, estudantes e figuras públicas, reunindo todas as faixas etárias. A literatura brasileira foi o ponto central da temática desta edição, base para debates e reflexões
Ribeirão Preto (SP), 28 de agosto de 2022 – A 21ª Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto (FIL) terminou neste domingo (28/8) e registrou um público de 193 mil pessoas – 178 mil participantes de forma presencial e 15 mil acessos on-line. É a primeira vez que a Fundação do Livro e Leitura, instituição responsável pela feira, opta pelo formato híbrido. Foram 10 dias (abertura no dia 19 de agosto) e programação de 20 a 28 de agosto, em nove locais da cidade, a maioria no tradicional Quarteirão Paulista (Praça XV de Novembro; Theatro Pedro II, Auditório Meira Júnior e Esplanada; Centro Cultural Palace, Biblioteca Sinhá Junqueira), além dos espaços SESC Ribeirão, Instituto Seb – A Fábrica, Teatro Municipal, Teatro Sesi e RibeirãoShopping.
Por conta da pandemia do Coronavírus, a FIL não foi realizada em 2020 e, no ano passado, ocorreu de forma 100% on-line. Em 2022, com a melhoria do cenário sanitário, mas ainda tomando todos os cuidados necessários, a feira voltou a interagir presencialmente com o seu público, trazendo movimentação à economia local. Além disso, contou com a participação do público de outras localidades, com acessos de 16 países: Brasil,Tailândia, Vietnã, Índia, Cambodia, Estados Unidos, Cingapura, Austrália, Portugal, Japão, Indonésia, Filipinas, Alemanha, Argentina, Nova Zelândia e Colômbia.
Com programação embasada no tema “Do Caburaí ao Chuí: a força da literatura brasileira”, o evento celebrou a produção dos escritores nacionais e internacionais, destacando a diversidade autoral que retrata temas como questões históricas, comportamentos sociais, assuntos relacionados ao universo feminino, intercâmbio com outras linguagens artísticas voltadas ao público infantojuvenil, terceira idade, LGBTQIAP+, entre outros.
Na avaliação da curadora da FIL e vice-presidente da Fundação do Livro e Leitura, Adriana Silva, foi uma feira muito participativa. “Conseguimos acessar pessoas que estavam distantes do universo da FIl. A parceria com a CUFA, por exemplo, as batalhas de poesia, o espaço para a diversidade, as agendas com cidades da região, permitiram a presença de pessoas que não frequentavam a feira”, afirma.
Para a presidente da Fundação do Livro e Leitura, Dulce Neves, essa feira é encontro, é conexão e “neste ano foi reencontro e reconexão”. O gerente do SESC Ribeirão, Mauro Cesar Jensen, destacou que, em parceria com a Fundação do Livro e Leitura, o SESC pode ampliar suas ações e serviços desenvolvidos pela unidade de Ribeirão Preto. “Conseguimos trazer um pouco de nossa missão institucional. O SESC, com certeza, também estará sempre nesta resistência, para trazer coisas boas à população de Ribeirão Preto, através da Feira do Livro”.
A feira literária conta com a Lei de Incentivo à Cultura e o PROAC – Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo. O evento foi acessível, com interpretação em Libras. Parte da programação pode ser conferida pela plataforma: https://www.fundacaodolivroeleiturarp.com/.
Números da FIL
Anualmente, a Feira Internacional do Livro movimenta a cadeia cultural e de economia criativa do país. “Ao todo, foram mais de mil pessoas entre colaboradores, diretos e indiretos, em funções diversas para manter a engrenagem do evento em funcionamento”, conta a superintendente da Fundação, Viviane Mendonça. Nesta edição, foram aproximadamente 100 horas para a realização de toda agenda cultural. O espaço de exposição dos livros contou com 32 estandes comerciais e 10 institucionais.
Com referência aos programas educativos e de formação de leitores, o “Combinando Palavras” reuniu cerca de 9.500 alunos de 64 escolas estaduais, 25 municipais, uma ETEC (Escola Técnica Estadual), uma da Adevirp – Associação dos Deficientes Visuais de Ribeirão Preto e uma da Fundação Educandário Cel. Quito Junqueira, contando com 141 professores. Nesta edição, além de Ribeirão Preto, o programa chegou às cidades de Franca, Luiz Antonio e Serrana. O “Recortando Palavras” concentrou quase mil alunos de 22 instituições públicas estaduais e do Centro Educacional Marista Ir. Rui, tendo o envolvimento de 23 professores.
Pré-Lançamento da 22ª edição
A Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto terminou neste domingo (28) com uma extensa agenda cultural e presença expressiva da população. No final da tarde, às 17h, o show musical “Minha Voz e eu”, com Assucena, tomou a cena do espaço Ambient de Leitura, na Esplanada do Pedro II. A cantora trouxe uma experimentação entre a voz, a distorção, a melodia e a tecnologia. Com um repertório autoral e canções consagradas da MPB, o show passeou por beets, violão e guitarra.
Às 17h45, a diretoria da Fundação do Livro e Leitura apresentou à plateia do Theatro Pedro II um balanço da feira e anunciou a data e o tema da 23ª edição da FIL, que será de 19 a 27 de agosto de 2023 com a proposição “Entre os extremos, as dualidades: a literatura como elo”. “A nossa intenção é desencadear o debate e a reflexão sobre as fronteiras entre guerra e paz, casa e senzala, preto e branco, perto e longe, grande e pequeno, homem e mulher…”, mostrou a curadora, Adriana Silva.
Na sequência, o SESC Ribeirão apresentou o espetáculo teatral “Henriques” com a Cia Vagalum Tum Tum. Às 20h30, a feira teve encerramento com o Salão de Ideias “Do Livro para a Cena”, com a atriz ribeirão-pretana Débora Duboc para uma abordagem da relação do teatro com a literatura – duas formas de expressão cultural. A mediação foi com Pedro Leão, secretário adjunto de Cultura e Turismo e deu abertura ao 6º Festival Nacional de Teatro de Ribeirão Preto. A programação acontecerá em diversos espaços da cidade, de 30 de agosto a 11 de setembro. Mais informações pelo portal www.ribeiraopreto.sp.gov.br.