A técnica utiliza próteses e a gordura excedente do próprio corpo para garantir resultados melhores nas mamas e em outras partes do corpo
É cada vez maior o número de pessoas recorrendo a procedimentos estéticos para alcançar a beleza ideal. De acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica (ISAPS), o aumento da mama com implante é a operação plástica mais frequente no mundo. Só em 2019 foram mais de 1,8 milhão de procedimentos realizados, o que representa um crescimento de 6,1% em relação ao ano anterior.
O número recorde de operações plásticas mamárias também é reflexo das inovações nas cirurgias estéticas, uma vez que cada vez mais proporcionam melhores resultados e contribuem para o aumento da autoestima da paciente. A cirurgia híbrida, por exemplo, é uma combinação de técnicas para o aumento da mama. Nela são utilizadas duas formas de aumento, a prótese de silicone e a gordura da própria paciente.
“A gordura é retirada de uma região onde há excesso de gordura indesejada, como os culotes, face interna das coxas ou abdômen. Após esse procedimento, a gordura é tratada para que fique adequada para lipoenxertia e inserida em locais específicos, geralmente ressaltando o colo da mama. Assim obtemos um aumento do volume na região, além da melhora da consistência da mesma”, explicou o cirurgião plástico Dr. Bruno Luitgards.
Por lipoenxertia, o cirurgião plástico se refere a técnica que usa a gordura do próprio corpo para definir e preencher outras partes. No caso da cirurgia híbrida, o médico discute com a paciente o tamanho da mama desejado de forma habitual, mas programa a utilização de uma prótese ligeiramente menor para substituir essa diferença de volume na colocação da gordura.
Indicações
Mulheres interessadas em obter um aumento nos seios, mas tem receio de utilizar próteses muito grandes por medo de complicações devido ao corpo estranho do silicone, podem recorrer a cirurgia híbrida. O procedimento garante resultados mais naturais e com o colo bem marcado. “A gordura injetada em locais específicos poderá ressaltar o colo e dar aspecto mais arredondado ao mesmo, sem aumento excessivo”, comentou o Dr. Luitgards.
Vale ressaltar também que o uso da gordura em áreas específicas poderá redesenhar a mama para que ela fique mais bonita, além de camuflar a prótese, o que permite um resultado mais natural.
A técnica também é recomendada para cirurgia plástica em outras parte do corpo, garantindo resultados mais semelhantes ao formato original. Nos glúteos, a operação híbrida garante o aumento do volume na região lançando mão de prótese e enxerto de gordura em conjunto.
O cirurgião plástico lembra que para realizar o procedimento é necessário haver gordura excedente em outra região do corpo, logo a técnica não é indicada para pacientes que sejam muito magras e não tenham outra parte doadora.
Pós-operatório
“A paciente terá uma prótese de silicone que exige acompanhamento, pois pode desencadear a contratura capsular, rejeição da prótese ou outras alterações. A troca dos implantes não tem data específica, mas parte das pacientes necessitará mudar o silicone”, comentou o Dr. Bruno Luitgards.
Em relação a gordura, haverá um período de integração da lipoenxertia, em que uma parte da gordura será absorvida. “Geralmente essa absorção ocorre nos primeiros três meses. Assim, fazemos na cirurgia uma hipercorreção, colocando mais volume para corrigir a absorção”, relatou.
Os demais cuidados pós-operatórios são os mesmos que os de uma cirurgia convencional, ou seja, a paciente será orientada a não pegar sol ou realizar exercícios físicos. “Atualmente temos utilizado nos implantes mamários híbridos ou não a técnica de fast track recovery (recuperação rápida), que permite retorno às atividades de forma mais precoce”, finalizou o Dr. Bruno Luitgards.
A técnica citada permite uma retomada ligeira à rotina, permitindo que a paciente opere e receba alta no mesmo dia. A fast track recovery utiliza-se de várias alterações técnicas e anestésicas de uma forma diferenciada para que a paciente não acorde com dores e, consequentemente, tenha menos trauma no pós-cirúrgico.
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