Para ampliar a discussão sobre preconceitos de gênero e raça, alunas da Bahia transformam a escola em espaço de compartilhamento de histórias da mulher afro-brasileira
Oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, o Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, se tornou uma data fundamental para reivindicar a igualdade de gênero e ressaltar as conquistas políticas e sociais da mulher. Pensando na importância da data, o programa Criativos da Escola, do Instituto Alana, apresenta oito projetos transformadores de estudantes que trazem uma maior reflexão sobre a temática dentro e fora da sala de aula.
Um desses projetos foi realizado por alunas do Centro Educacional Antônio Honorato, em Casa Nova (BA), que levou o nome de “Empoderamento da Mulher Negra “. A iniciativa tem por objetivo colaborar com o fim do preconceito racial e de gênero na comunidade, principalmente no que diz respeito às mulheres afro-brasileiras. A ação foi um dos destaques do Desafio Criativos da Escola de 2018.
A ideia nasceu durante a atividade escolar Educação Patrimonial e Artística (EPA), que incentiva a observação do território e sua história. Após pesquisarem sobre a opressão que a população negra ainda está exposta (principalmente as mulheres) e sobre a “ditadura da beleza” – que difunde valores estéticos que apagam os traços negros – as garotas entenderam que seria necessário trabalhar a autoestima dessas pessoas para mudar a situação.
Organizaram atividades como desfiles, palestras e oficinas de turbantes e realizaram também ensaios fotográficos com as próprias alunas e com mulheres negras da região. Atualmente, o projeto segue ativo e impactando muitas estudantes. Os registros fotográficos, inclusive, garantiram às jovens o primeiro lugar no concurso do EPA, realizado nas cidades de Casa Nova e Juazeiro. Para contribuir ainda mais com o fim do preconceito, elas pretendem produzir um clipe que unirá a beleza das mulheres negras com a temática sobre o local onde vivem, o sertão baiano.
Além dessa iniciativa, o Criativos da Escola lista mais sete casos protagonizados por crianças e jovens que abordam a valorização das mulheres e que também foram destaque nas premiações do Desafio:
Causa Mãe : estudantes do Rio de Janeiro (RJ) promovem encontros para compartilhar experiências e criam grupo de apoio entre mães jovens.
Dice : por meio da literatura de cordel, estudantes de Cascavel (CE) se aproximam da comunidade para falar sobre a questão de gênero.
E se fosse com você? : estudantes de Sapiranga (RS) criaram um clube feminista para discutir violências sofridas pelas mulheres e como combatê-las.
Elas por Elas : alunas de Venâncio (RS) criam áudio-livro e falam sobre feminismo com crianças.
Lugar de mulher é onde ela quiser : estudantes do Rio de Janeiro (RJ) utilizam a arte para educar a comunidade escolar sobre os direitos das mulheres.
Na Luta contra o Machismo : alunas de São Paulo (SP) debatem igualdade de gênero e questionam sobre o machismo em escolas.
Teatro contra violência às mulheres : estudantes de Estrela de Alagoas (AL) constroem peça a partir do contexto em que vivem e discutem violência contra as mulheres.
Em breve – inscrições para o Desafio 2020
Você conhece um projeto protagonizado por crianças e jovens que está transformando a escola ou a comunidade? Então, prepare-se para compartilhar: em breve começam as inscrições para a 6ª edição do Desafio Criativos da Escola. Em 2019, a premiação recebeu 1.443 projetos de todos os estados do Brasil. É possível conhecer as histórias dessas iniciativas nas redes sociais do programa e em seu site , onde também há um material de apoio ao educador que pode contribuir com a prática pedagógica dentro e fora da sala de aula.
Sobre o Instituto Alana: https://alana.org.br/saiba-mais/
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