Em tempos de pandemia, os cuidados e atenção com os pequeninos devem ser redobrados, orientam as autoridades de saúde
“Mantenha as crianças saudáveis durante o surto de COVID-19” o alerta foi emitido pelo Center for Disease for Control and Prevention (CDC) aos pais de todo o mundo.
Com base em evidências cientificas disponíveis, a entidade internacional destaca que mesmo as crianças não estando entre os grupos de risco de contaminação, é fundamental manter a vigilância sobre os pequenos e observar qualquer sinal de mudança de comportamento ou mesmo sintomas da doença. “Este olhar mais atento é o primeiro passo para suspeitar da COVID 19 em crianças, lembrando que o quadro em crianças pode ser assintomático ou apresentar febre, tosse seca, fadiga, obstrução nasal e dor de garganta – esses são os sintomas mais frequentes.” orienta a médica pediatra do Grupo Sabin Medicina Diagnóstica, Dra Talita Cordeschi Corrêa.
A especialista relata ainda que “Em recém-nascidos infectados é comum ocorrer sintomas atípicos: náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal.” E que casos mais sérios também podem ocorrer nos pequenos. “Os casos graves em pediatria são em um número muito menor segundo os números nacionais e mundiais que temos, mas podem ocorrer. São mais suscetíveis a complicações pela COVID19 pacientes com quadro de obesidade, hipertensão, diabetes, cardiopatia, doenças pulmonares e também os pacientes com doenças crônicas em uso de imunossupressores. Os sinais de agravo da doença são desconforto respiratório, esforço respiratório, queda do estado geral e manifestações cutâneas, dentre outros.” enfatiza a médica.
Sobre a proteção dos pequenos, a médica destaca que como não há medicamentos comprovadamente eficazes ou vacinas contra a doença, o mais importante é que os pais sigam à risca as medidas de prevenção recomendadas pelas autoridades de saúde para diminuir o risco de infecções. “O que podemos afirmar, por enquanto, é que as crianças são infectadas, mas os sintomas na grande maioria das vezes são mais leves e, em alguns casos, nem aparecem, são os pacientes assintomáticos. Mas isso não quer dizer que não estão expostos ao vírus. Por isso, o mais importante é manter também com as crianças as medidas preventivas.” orienta a médica, reforçando ainda essas medidas: higiene frequente de mãos com água e sabão, uso de álcool gel quando não for possível a higiene com água e sabão, uso de máscara (salientando que em crianças abaixo de 2 anos o uso de máscara não é recomendável pois a criança leva ainda mais as mãos ao rosto, mexe muito na máscara e há também o risco de sufocamento), evitar aglomerações e manter os ambientes arejados.
Há outros fatores que ajudam a manter as crianças saudáveis durante a quarentena, explica a médica. “É de extrema importância que os pequenos compreendam o momento que estamos vivendo. Os pais têm papel fundamental ao ensinar as crianças a lavar as mãos e explicar como este habito pode mantê-las saudáveis e impedir que o vírus se espalhe. Além disso, é importantíssimo incentivar seu filho a manter rotinas e atividades, com hora para iniciar e acabar, com pausas durante o dia para um momento de atenção mais especial de tempo junto, de conversa, de abertura para expor a fragilidade do momento e também de brincadeiras e muita risada. Outro fator importante é manter a criança socialmente conectado, em contato com amigos e familiares por telefone ou por vídeo. A tecnologia é uma excelente aliada se usada corretamente, com tempo pré determinado de duração e em momentos oportunos – não é importante apenas o número de horas em frente as telas, mas também a qualidade do conteúdo acessado e o momento destinado ao acesso.”
A médica finaliza com outra dica importante: atentar aos sinais de estresse ou mudanças de comportamento. “Nem todos respondem ao estresse da mesma maneira, e as crianças são afetadas sim por todo stress da situação atual, seja pelas mudanças repentinas de sua rotina, seja pelo stress dos pais frente a toda essa preocupação é incerteza. Por isso, é fundamental observar algumas alterações comuns como preocupação ou tristeza excessiva, isolamento excessivo dentro de casa, fuga de conversas e brincadeiras em família, hábitos alimentares e de sono pouco saudáveis, dificuldades de concentração, entre outros. Se a mudança comportamental está ocorrendo e empobrecendo o convívio familiar está na hora de buscar ajuda.” destaca.
Adicionar comentário