De acordo com IBGE, em 1980 a cada mil brasileiros que chegavam aos 60 anos, 344 atingiam os 80 anos de idade. Em 2019, esse número passou para 604. Aumento de 75,5%.
Com a longevidade em alta, as atenções se voltam para alcançar qualidade de vida e manter a independência na terceira idade. A fisioterapia preventiva é um dos melhores caminhos para colher esses benefícios e também prevenir problemas emocionais ou a depressão. O exercício é capaz de estabilizar o humor e diminuir o estresse de idosos de todas as idades.
Apesar do efeito da pandemia, a expectativa de vida dos brasileiros aumentou em média 31 anos nas últimas oito décadas, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que destaca a melhor forma de perceber esse movimento de maior longevidade observando a probabilidade de uma pessoa que atingiu os 60 anos chegar aos 80 no país. E os números do último estudo de expectativa de vida com base na população de 2019, fornecido pelo instituto e divulgado pela a Agência Brasil de Comunicação no final do ano passado, afirma que em 1980, de cada mil pessoas que chegavam aos 60 anos, 344 atingiam os 80 anos de idade. Em 2019, esse número passou para 604 indivíduos na média do Brasil, representando um aumento de 75,5%.
A coordenadora do curso de Fisioterapia da Faculdade Anhanguera, Bianca Carnavale, afirma que a fisioterapia preventiva para a terceira idade surge como uma estratégia de cuidado, com foco na promoção da saúde, prevenção de doenças e preservação da autonomia dos idosos. “Embora muitas pessoas relacionem o envelhecimento com doenças, é possível sim, envelhecer com saúde. A fisioterapia preventiva está ligada a diversos tipos de exercícios, com objetivo de melhorar a qualidade de vida e minimizar possíveis complicações decorrentes do processo de envelhecimento, evidenciando respostas favoráveis para um envelhecimento mais ativo e saudável”.
Segundo Bianca, o fortalecimento da musculatura, mobilidade e flexibilidade promovidas pelos exercícios da fisioterapia são fatores essenciais para a manutenção da independência e bem-estar do idoso. “O envelhecimento traz o sentimento de impotência, já que muitos deles vão perdendo a capacidade de ficarem sozinhos em suas casas, sair sozinhos e exercer atividades do dia a dia. Momento em que o idoso pode desenvolver problemas emocionais, estresse e até mesmo depressão. Com o estímulo da fisioterapia, é possível retardar o processo de perda de massa muscular e promover maior independência, tornando assim a vida desses indivíduos mais feliz”.
“Mas é fundamental lembrar que os exercícios devem ser feitos de forma preventiva e a família pode e deve incentivar que os idosos busquem essas atividades, antes que apresentem limitações e patologias graves. Nessa fase da vida, medidas preventivas minimizam o número de hospitalizações, evitam quedas e maiores traumas, além disso os custos com tratamentos são reduzidos”, explica a coordenadora de Fisioterapia.
De acordo com a profissional, a fisioterapia preventiva se adapta facilmente à realidade do paciente, isto é, atua dentro das limitações físicas, atendendo as necessidades de cada um. O tratamento preventivo identifica as dificuldades do indivíduo e trabalha em cima de cada uma delas.