Entre os estereótipos mais comuns estão a antiga percepção de que jogos eletrônicos “são ruins para saúde” ou “estragam o cérebro”.
Pouco mais de um quarto (27%) dos usuários de jogos eletrônicos no mundo – e 12% dos jogadores brasileiros – admite ter vergonha do tempo dedicado aos games e esconde isso de seus pais. O motivo está relacionado a antigos estereótipos sobre essa atividade, como as ideias de que: “games são ruins para saúde” (61% no mundo e 53% no Brasil) ou “games estragam o cérebro” (42% no mundo e 53% no Brasil). As constatações são do estudo Generation Game, encomendado pela Kaspersky e conduzido pela empresa de consultoria Savanta.
A pesquisa entrevistou mais de 5 mil jogadores de 17 países, incluindo o Brasil. Todos os entrevistados, distribuídos igualmente por gênero, têm menos de 35 anos e passam de 5 a 10 horas por semana jogando. O objetivo foi entender as mudanças na dinâmica entre usuários de jogos eletrônicos e seus pais, e o que pode ser feito para ultrapassar essas barreiras e estigmas.
Os resultados revelaram algumas frustrações por parte dos gamers na relação com os seus pais. Embora certos aspectos positivos dos jogos sejam reconhecidos pelos mais velhos (dados Brasil) – como o desenvolvimento da criatividade (47%), de habilidades sociais (37%) e o aprendizado de uma língua estrangeira (35%) -, os pais brasileiros ainda têm dificuldade de se envolver na paixão de seus filhos pelos games. O principal motivo se refere à jogabilidade e a elementos sociais dos jogos, bastante diferentes daqueles encontrados em outros produtos de entretenimento, como filmes e música. Quase metade (41,8%) dos entrevistados acredita que, caso seus pais “conseguissem” jogar, esse relacionamento, no geral, seria melhor.
Outro estudo da Kaspersky aprofundou esta questão e mostrou que existem uma série de fatores que preocupam os pais em relação à vida digital dos filhos . Os principais são: a falta de atividades físicas, vício em jogos eletrônicos e baixo rendimento escolar.
“Os jogos eletrônicos serviram como apoio para muitas pessoas neste ano; foram, de certa maneira, uma espécie de alívio para momentos difíceis que todos passamos. Porém, muitas famílias ainda têm percepções negativas sobre games, e essa visão pode ser prejudicial e dificultar o diálogo aberto e a construção de relacionamentos”, afirma Fabiano Tricarico, diretor de vendas de varejo da Kaspersky na América Latina.
“Para que essas situações possam ser debatidas, é necessário que os pais estejam dispostos a superar estigmas sobre os jogos online. Somente com isso é possível estabelecer uma relação de confiança e troca e, assim, abrir portas para uma participação mais ativa na vida digital dos filhos. Os games podem ser uma boa ferramenta de conexão com a família”, acrescenta Tricarico.
Para estabelecer uma conversa saudável sobre jogos online com seus filhos, principalmente, crianças e adolescentes, o especialista da Kaspersky aconselha:
• Converse com seus filhos sobre os perigos existentes na internet e se coloque à disposição para conversar sobre situações que os possam tê-los deixado desconfortáveis ou ameaçados – como assédio, mensagens de conteúdo obsceno ou aliciamento.
• Participe das suas atividades desde pequenos, para que sejam percebidos como “mentores”. É importante que a ideia do que é estar seguro na internet seja construída junto com seus filhos. Isto inclui os jogos online;
• Defina regras claras e básicas condizentes com a rotina de seus filhos, sobre o que podem ou não fazer na internet, e explique o motivo;
• Apoie a paixão de seus filhos e os incentive: os jogos, além de entretenimento, podem desenvolver habilidades importantes de comunicação, liderança e relação interpessoal. Se o seu filho se interessa por jogos, apoie-o como você o apoiaria em qualquer outro interesse;
• Use os jogos ao seu favor: ter o aparelho de game disponível em um espaço público significa que ele pode se tornar parte da conversa em família e estreitar os relacionamentos.
Notas para editores
1 A pesquisa Generation Game foi encomendada pela Kaspersky e conduzida pela consultoria Savanta em novembro de 2020, em 17 países e 5.031 entrevistados. Todos os entrevistados tinham menos de 35 anos, foram distribuídos igualmente por gênero, idade e classe socioeconômica, e se consideram jogadores e passam pelo menos de 5 a 10 horas por semana jogando em computadores. Os países abrangidos: Rússia, EUA e Reino Unido (pelo menos 500 entrevistados cada), Argentina, Brasil, Chile, China, Colômbia, Alemanha, Itália, México, Peru, Arábia Saudita, África do Sul, Espanha, Turquia e Emirados Árabes Unidos (pelo menos 250 cada). A íntegra da pesquisa está disponível neste link .
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