O isolamento social tem levado à exaustão muitas famílias, mas dicas práticas podem ajudar os pais nesse momento
Exaustas depois de quase três meses em quarentena, as famílias estão enfrentando uma nova vida dentro de casa, com mães e pais lidando tanto com o trabalho remoto quanto com os filhos em tempo integral, enquanto as escolas não retomam as aulas presencialmente. A paciência, no entanto, é algo que muitas vezes se esgota, o que é perfeitamente aceitável e normal, segundo Nathalia Pontes, coordenadora de pesquisa e desenvolvimento educacional na PlayKids, uma das líderes globais em conteúdos para crianças.
“Nem todos os dias estamos 100% e dificilmente as coisas saem como planejado. É normal que os pais não queiram lidar, por exemplo, com uma birra durante o jantar, depois da rotina cansativa do dia a dia, ou não querer estragar sua manhã com outra discussão entre as crianças. Ter momentos em que perdemos a paciência é normal, mas há algumas maneiras de trabalhar o equilíbrio e lidar melhor com essas situações”, explica Nathalia.
Pensando nisso, a especialista elencou 7 dicas práticas para ajudar os pais antes de falar com os pequenos e conseguir ter mais paciência com crianças. Confira:
1. Respire
Isso mesmo, respire. Sentiu que você chegou a seu limite? Peça um tempo, dê uma volta na sala, se dê uns minutinhos antes de retomar a discussão. É científico: A reação, quando estamos estressados e nervosos nunca é a melhor. Quando nos alteramos muito, há poucas sinapses entre a amígdala cerebral (lugar que se entende a emoção) e o córtex frontal (lugar onde se processa essa emoção), por isso falamos coisas ou reagimos de forma desproporcional. Ao sentir que você vai agir assim, respire e se dê um tempo.
2. Reflita sobre o motivo da impaciência
Muitas vezes, descarregamos o estresse de um dia todo em um evento, de forma desequilibrada. Para que isso não aconteça, é importante refletirmos sobre o real motivo dessa irritação. Por exemplo, faça uma autoanálise e pense quando começou essa irritação. Se se sentiu assim ao longo do dia, ou se foi algo pontual, ou se de fato foi o ocorrido com o pequeno. Essa é a forma de lidarmos de forma assertiva com a raiz do problema.
3. Dialogue
Tente manter o diálogo, e incentive seu filho a fazer o mesmo. Se você está fora do seu normal, só converse quando estiver restabelecido os ânimos e ensine o mesmo ao seu filho. Ou seja, ele também tem que se acalmar para conseguir conversar. Após isso, dialogue com respeito e com base nos ocorridos. Livre-se de rótulos como “ele é teimoso”, tente falar a ação da teimosia, como: “Ele está teimando em comprar esse brinquedo, quando já acordamos que não será possível”. Lembre-se disso: Seu filho não é um comportamento, ele produz um.
4. Estabeleça limites claros
É importante que o pequeno entenda o que pode e o que não pode fazer de forma clara. Reforce positivamente quando seu filho fizer aquilo que lhe foi ensinado, ao mesmo tempo que deixa claro quando ele estiver com uma conduta não condizente com o que foi estabelecido. Sempre de forma cordial, mas firme.
5. Lembre-se que se trata de uma criança
É comum tratarmos a criança como um adulto de tempos em tempos. No entanto, por mais que você considere ela “bem grandinha”, ela continua imatura, algo que é natural para a idade Isso significa que ela está em formação, assimilando muitos dos acertos e erros, assim como testando seus limites. Ela ainda não está completamente formada, e isso implica em muitos falhas, e na necessidade de muito acompanhamento ao longo do caminho.
6. Crie momentos com o pequeno
Muitas das birras e más condutas são originadas com o intuito de chamar a atenção e pertencer. Por mais que, na maioria das vezes, elas aparentam ser o extremo oposto. Portanto, analise se vocês têm tido tempo de qualidade juntos, caso contrário, tente priorizá-los em algum momento do dia. Ações simples podem fazer uma grande diferença.
7. Reconheça seus erros
Se você agiu errado ou perdeu a paciência, reconheça. Permita-se errar e peça desculpas ao seu filho. Isso mostra que você também erra, e que falhar faz parte do processo. Inclusive, se não assistiu, recomendo a TED da Brené Brown sobre vulnerabilidade. Ser vulnerável demonstra que somos humanos e abre espaço para a empatia. Características que queremos incitar nos pequenos. Não existem pessoas que nunca erram, elas apenas não assumem.
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